domingo, fevereiro 25, 2007

Versos ainda no embalo da folia!


LEMBRANÇAS DE CARNAVAL

Confiei numa Trinca de Ás
Para ser melhor meu carnaval
Viradouro vira o jogo
Mas não ganha
Pais com os filhotes na peleja
Da Cobra com o Dragão no Arsenal
Um casal transa em plena Rua do Sol
Meninas se beijam na 13 de Maio
Troças e batuques camuflam
A Gomorra
E tome acocho aqui, ali e acolá!
- Vamos beber e amar
Antes que a gente morra!

25-02-2007


FAUNA URBANA

A fauna urbana
Dança à minha varanda
Um beija-flor come os punhos da rede
Onde estou deitado
Um pitiguari canta à gata
De coxas nuas aguardando o ônibus
Que a levará à praia
Onde espera encontrar caranguejos,
Guaiamuns, ostras e camarão
Jamais tubarão!
Vira-latas fazem festa indiferentes
Aos carros e gritos que sacaneiam
O bacante ritual
Enquanto uma poodle suja a calçada
A cachorra da dona não está nem aí!
Pardais equilibram-se nos fios da Celpe
Tão perseguidoras de macacos.
Pitbulls vandalizam veados e nossos orelhões
Um cavalo magricela
Puxa uma carroça entupida de papelão
Há lobos nas esquinas
Ah se fosse só nas esquinas!
Era só evitá-las
Eles sempre estarão onde estiverem os homens.

25-02-2007

sábado, fevereiro 24, 2007

Carnaval 2007-Galo da Madrugada (100 anos do frevo)




Um momento indescritível
Quando os clarins a tocar
Dizem que vai começar
O desfile mais incrível
A emoção é visível
Respiração alternada
Coração em disparada
Na saudável arritmia
É O QUE TEM NA FOLIA
DO GALO DA MADRUGADA.



É algo surpreendente:
Onde o bloco se concentra
O povo em transe entra
Quando o frevo explode quente
Pela energia potente
A multidão é tomada
Aos poucos sendo levada
E logo se extasia
É O QUE TEM NA FOLIA
DO GALO DA MADRUGADA.


Gente em plena liberdade
Dando banana à censura
Brincando sem ter frescura
Saldando a diversidade
Exercitando a vontade
No carnaval liberada
Nos outros dias trancada
Mas nesse tem alforria
É O QUE TEM NA FOLIA
DO GALO DA MADRUGADA.


Idoso, jovem, criança
Gente nova e de idade
Na maior felicidade
Que no Galo se alcança
Guardando boa lembrança
Da experiência passada
Alegria renovada
Sábado de euforia
É O QUE TEM NA FOLIA
DO GALO DA MADRUGADA


Pernambucano delira
Turista logo se encanta
Porque é alegria tanta
Que o povo se admira
Quem duvidar que confira
Veja a Concórdia lotada
Guararapes apinhada
Da profana romaria
É O QUE TEM NA FOLIA
DO GALO DA MADRUGADA.


O abre-alas trazendo
Os demais carros à cena
A cidade se apequena
Quando os trios vão descendo
A multidão vai crescendo
Em tal transe mergulhada
Que não liga mais pra nada
A não ser curtir o dia
É O QUE TEM NA FOLIA
DO GALO DA MADRUGADA.


Roupa leve e colorida
É vestimenta ideal
No coração, alto astral
Estar de bem com a vida
Ir com gente conhecida
Estar atento à cilada
Evitar barra pesada
Ou então má companhia
É O QUE TEM NA FOLIA
DO GALO DA MADRUGADA.


(Trecho de um cordel em elaboração)

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O ATAQUE DO TUBARÃO
NO BAIRRO DA IPUTINGA
(baseado em fatos reais)


Escutei em Cardinot
Em seu programa outro dia
Uma história interessante
E enquanto aquilo ouvia
Veio no meu pensamento
Transformá-la em poesia.


A história principia
Numa tarde de lazer
Quando um grupo de mulheres
Resolveu então fazer
Uma festa tão somente
Pra curtir e pra beber.


Uma delas se lembrou
Que perto de casa havia
Uma casa com piscina
Cujo dono lá não ia
E a chave dessa casa
Facilmente conseguia.


Ao bairro da Iputinga
Onde esta casa ficava
Foram elas muito eufóricas
E cada uma levava
Bebidas e tira-gosto
Garantida a festa estava.


Chegando, tomaram conta
Da casa, turma porreta!
Ligaram o som nas alturas
Ouvindo Calcinha Preta
Meteram a cara na cana
Sem fazer qualquer careta.


E mais tarde a mulherada
No auge da diversão
Foi pra dentro da piscina
Na maior empolgação
Sem saber que dentro dela
Se encontrava um tubarão.


Um tubarão-tricolor
Rara espécie tropical
Um comportamento dúbio
Apresenta esse animal
Com qualquer coisa se estressa
Mas raramente faz mal.


Mulheres quando se juntam
É garantida a zoada
Tendo bebida no meio
A barulheira é dobrada
Esta festa foi assim
E tome grito e risada!


Todo mundo dentro d´água
Sem querer dela sair
E da cerveja o efeito
Não demorou a surgir
Não deu outra, uma a uma
Ali mesmo fez xixi.


Essa algazarra todinha
E mais a combinação
De bebida e de xixi
Na água, deu reação
Inevitável deixando
“Muito doido” o tubarão.


Até então o sujeito
Tava na dele, quieto
Mas ao sentir o efeito
De tanta mulher por perto
O bicho descontrolou-se
Foi ao ataque direto.


De uma hora pra outra
O tubarão da piscina
Atacou uma por uma
Da vovó à mais menina
Com apetite voraz
Com uma fome ferina.


O tubarão atacou
Todas que estavam ali
Mas dopado com a mistura
De água, álcool, xixi
Não comeu nenhuma delas
Ao menos foi o que ouvi.


Já velho, fraco e doente
Inda mais assim dopado
O tubarão atacava
Deixando o povo assustado
Mas mesmo com tantos botes
Não teve bom resultado.


Nenhuma ali escapou
Do seu ataque voraz
Partia pra cima delas
Ia com gosto de gás
Mas elas se defendiam
Botando o bicho pra trás.


Uma disse: - Te enxerga
Vai-te pra lá, bicho feio
Outra gritou por socorro
Pra sair do aperreio
E a que era mais valente
Para ajudar logo veio.


Uma entrou em desespero
Com medo do tubarão
Revelou-se grande atleta
Campeã de natação
Cruzou a piscina a nado
E nadou até no chão.


Sem sucesso nos ataques
Sem comer nenhum pedaço
De coxa, batata ou polpa
Sentindo o maior fracasso
O tubarão finalmente
Mostrou sinais de cansaço.


E também com as “porradas”
Que levou de muita gente
Deixou em paz as mulheres
Ficou manso novamente
E a festa se acabou
Sem ter maior incidente.


Também acaba a história
Em versos aqui contada

Se foi verdade ou não foi
Não sei disser, camarada
Apenas fiz poesia
De uma história escutada.