quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Cordel em Folia- 26/01/08




"O verso sai do papel
porque já é fantasia
se junta ao frevo e ao povo
eis o Cordel em Folia
cordelizando a cidade
com muita garra e vontade
trazendo nova energia."

Momentos da prévia do Cordel em Folia, realizada em conjunto com a Troça da Besta Fubana, no Mercado da Boa Vista, em 26-01-08

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

PROMESSAS E DESEJOS


Foto: Alexandre Severo (JC Imagem)

Agora que o frevo dá trégua
Voltarei aos projetos
(Meus e alheios)
Concluirei os cordéis inacabados
Darei atenção a quem me é mais chegado
Pedirei desculpas
Matarei saudades
Tentarei recompor o que sobrou da folia.

Daqui a alguns dias
Serei, de fato, mais um guerreiro do passo
Cuidarei da troça
Traçarei mil planos
E antes que se faça um ano...

Espero estar de novo
na mesma euforia
Dos dias recentes
Revendo e fazendo amigos
Achando o dia curto e querendo ficar
Vinte e quatro horas no ar
Tostando-me no Galo
Zanzando por Olinda
Entregando-me ao au(l)to-sacrifício de Ceroula
Procurando desesperadamente por Patuscos
Baquenambuco, Alafim e Flor da Lira
Fazendo ponto na Bodega de Veio
Tomando axé de fala e cerveja
Cantando forró no Tanajura
Dançando coco e ciranda em plena Prudente
Indo atrás dos Gigantes
Dando pinotes e fazendo tesouras
Cantarolando vezes infindas:
“- Olinda, quero cantar
a ti, esta canção...”
“morena tome cana
que a cerveja acabou
ô,ô,ô!”
“Ei, pessoal
Ei, moçada...”
“popopopopopopó
popopopopopopó
popopopopopopó
popopopopopopó”

-Recife, manhã de sol da quarta (06/02/08) -

SILÊNCIO DE CINZAS


Bonecos no Galo da Madrugada (02/02/08)-Foto de Sebastião Aquino

O dia amanheceu belo de sol
E um silêncio de cinzas anuncia
Que a vida recomeça
O estandarte já repousa em seu canto
A máscara colorida enfeita a parede
E a sala ainda repleta
De sinais da folia:
A sombrinha que sobreviveu aos acoites dos passos
A carteira vazia
O tênis carcomido e sujo
O protetor solar ou o que dele resta
Chapéus com resquícios de talco e confetes.

O corpo também guarda lembranças:
Bronze do sol do galo e de Olinda
Pés inchados dos périplos e paradas
Braços doloridos de Ceroula e Patuscos

N´alma, a melancolia de sempre
Talvez por ser tão efêmera a alegria
Ou pela frustração do que deixou ser feito.
Inda bem que perduram as prazerosas lembranças
Dos desejos satisfeitos
Dos inesperados encontros e outros nem tantos
E das sementes plantadas em plena frevura.

( Manha da quarta-feira, 06 de frevereiro de 2008)